Sala do Diretor

Entro na sala e sento, atrás da mesa.
Senta aí, cara. Vou direto ao assunto: o que você provavelmente vai encontrar no acampamento.
Era uma boa introdução ao assunto principal.
A maioria dos campistas não tem noção nenhuma de como se defender, mas os guardiões-aprendizes são bons, no geral. O trabalho aqui é díficil. Lidar com adolescentes é extressante, mas você se acostuma.
Dou um tempo pra ele fazer seus comentários e vou ao assunto principal.
Agora... Dois dias atrás recebi uma ameaça de morte. Para Rose, minha filha. Acho que já falei sobre ela. Ela é uma garota difícil, bonita, encrenqueira, que gosta de noitadas e, acho, não tem experiência nenhuma em luta, ou algo assim. Não é a primeira ameaça que recebo. Muitas pessoas não gostam de mim, mas só faço meu trabalho, e tem a Irmandade, também...
Minha lista de inimigos era grande.
Pensei que como você estaria aqui, poderia dar umas aulas extras para Rose... Acho que ela tem que estar preparada para uma possível luta... Você aceita? Dar aulas extras para ela? Ela não vai gostar da ideia, mas vou obrigá-la. Pelo menos dessa vez.

sala do diretor

Willian vai direto ao assunto, algo que ele sempre fez. Ele pediu para mim dar aulas particulares de luta para sua filha, Rose. Eu vi ela poucas vezes, mas nunca cheguei a falar com ela. Pelo que ele descreveu, ela tem uma personalidade forte. Igual a do pai. - Eu posso dar sim. Seria mais fácil para mim que tivesse um horário de treinamento físico, mas não me importo com a frequência.
Afinal, Willian é meu amigo. Nunca me importei em ajudá-lo. Ainda mais quando se trata de segurança. Ou de filho, mas não sei dizer, não tenho um filho e nem sei se realmente quero ter um. Ou se casarei.

Christian aceita, mas diz que seria mais fácil para ele se tivesse um horário de treinamento físico.
Você que manda. Pelo menos umas três vezes na semana acho que já está bom.
Mas ele tinha aceitado fácil demais.
Cara, ela é minha filha. Conheço-a bem. Vai te odiar no ínicio e vai tentar tornar tudo mais difícil, mas você tem que ser firme com ela. Não pega leve, não, só porque é minha filha. Rose não aprende nada facinho e pode dar duro com ela, qualquer problema, só me chamar.
Estava pensando num dia...
Que tal começar amanhã, você pode? Ao ar livre, mas num lugar meio escondido dos outros campistas... Há muitos lugares assim aqui. Ah, só uma coisa. Por favor, não faça com que ela aprenda a como matar alguém. Sei que isso é difícil, mas a última coisa que eu quero é Rose sabendo matar.
Meus problemas seriam triplicados se ela soubesse disso. Abri a primeira gaveta, com chave, da minha mesa e tirei a correspondência que havia chegado para mim essa manhã. Era com isso que eu iria fazer Rose comparecer a todas essas aulas de luta.

sala do diretor

Ouço as explicações deles. E são muitas. No início, ele tanta me fazer desistir, mas nunca desisti de algo na vida, e isso não vai ser a primeira vez. Estou preparado. Acho que posso lidar com uma adolescente mimada e com forte personalidade. Não deve ser tão diferente de um demônio. - Tudo bem. Pode ser amanhã. Vou tentar não ensiná-la a matar. Não sei, mas esperava algo diferente da filha de Willian. Bem, ou não.

Ele tira um envelope da gaveta e fica analisando-o. Depois de algum tempo, pergunto: - O que é isso?

Ele concorda em não ensiná-la a matar, o que é ótimo. Depois pergunta o que é que tem no envelope.
Algo que vai fazer Rose aceitar ter aulas com você. Por bem, ou por mal. Mas mostro pra você amanhã. Vamos sair pra beber alguma coisa? Estou precisando.
Nós vamos para um bar perto do acampamento e bebemos, para esquecer tudo.

Aniversário de Rose, o dia em que ela está mais querida durante todo o ano. Chamo ela na minha sala para conversar. A mudança já é percebida quando ela entra e diz ''oi'', mas, infelizmente, as roupas estão do mesmo jeito. Eu não dou nenhuma outra advertência, porque gosto de Rose assim, gentil e doce, ou o mais próximo possível que se possa chegar disso, e não quero estragar o dia dela.
Levanto e lhe dou um abraço de pai. Lembrava bem da época em que ela tinha cinco anos e gostava dos meus abraços, agora ela demora só um pouco para me afastar. Em cima da minha mesa estava o presente dela, uma bolsa de uma marca que já a vi usando, mas eu não sabia o conteúdo da bolsa porque não tinha ido comprar. Minha secretária havia feito isso, já que eu não tive tempo na última semana.
Parabéns, filha. 18 anos, já? Passou rápido.
Faço-a sentar e digo para não abrir ainda o presente. Pego de dentro da primeira gaveta da minha mesa o contrato com a Victoria's Secret. Na verdade, a cópia do contrato. Assinado.
Segundo Christian, você foi uma boa aluna, Rose. E eu assinei. O que não siguinifica que suas aulas com o comandante vão acabar. Você tem que continuar indo, senão, basta um telefonema, e acabam-se os desfiles e todo o resto.
Não gostava que ela desfilasse, era totalmente contra, mas não queria vê-la triste e Christian realmente tinha dito que ela estava se esforçando. E que não era tão ruim assim.
Eu queria te levar para jantar ou algo assim, mas tenho uma reunião com Christan e alguns outros guardiões, que promete ser realmente longa.

Minha filha me abraça e, tentando lembrar, não consigo pensar quando foi a última vez que ela fez isso. Ela gostava mesmo de desfilar e ser uma modelo. Era muito importante para ela. E ela era boa no que fazia, porque eu tinha que acompanhar o que falavam sobre a minha filha, sua mãe iria ter orgulho.
Rose odeia o presente e acha alguns defeitos. A culpa era realmente da secretária nova, mas eu que deveria ter ido comprar o presente. A falta de tempo nessa época todos os anos, me faz dar à Rose presentes que ela nunca gosta, mas tenho fontes seguras de que ela recebe muitos presentes todos os anos, então fico tranquilo.
Quando ela sai, pego-me pensando em Mellany. Acho que Rose já tinha idade o suficiente para saber certas coisas sobre a mãe que ainda não sabia. Mas Rose nunca perguntava nada, e os psicólogos dizem que devemos esperar até perguntarem. Rose é muito parecida com ela, mas só fisicamente, as atitudes são completamente diferentes.
Olho no relógio, tinha 15 minutos para chegar ao local da reunião. Da longa, chata e importante reunião. Saio da sala apressado, como sempre.

Estava sentado na cadeira atrás de minha mesa e olhava para cada um na minha frente. Brandom Stark e Lissa Grigori sentados e Christian em pé. Minha expressão era concentrada, mas não sabia ao certo como começar a falar.
Havia decidido deixar Rose de repouso, há seis dias atrás. Ela tinha desmaiado em uma das aulas, levei-a ao médico, que detectou uma série de problemas, a maioria relacionados a uma má alimentação. Ela se recusou a dizer para mim o que aquilo significava e, como o médico a mandara repousar, proibi ela de sair do quarto. Estava sendo terrível para mim e, mesmo levando comida para Rose, ela recusava-se a comer. Decidi então que iria ter que descobrir mais informações e, se não por meio dela, de seus amigos.
Tinha algumas dúvidas em mente e, chamei as pessoas mais próximas dela aqui, o que incluia Christian, porque eu achava que ele passava mais tempo com Rose do que eu mesmo. Talvez esse fosse o meu pior erro, em toda a vida. Pelo menos no que diz respeito a minha filha. Não consigo achar algum tempo para ficar com ela.
Vou ser direto. Estou muito preocupado com a Rose e, para o bem dela, preciso que vocês me falem a verdade. Primeiro, Brandom, ela está usando drogas?
Eu conhecia ela bem o suficiente para saber que tudo é possível para ela, mas talvez não a conhecesse tanto quanto queria.
Encarava Brandom, sério. A pergunta havia sido para ele porque, de forma óbvia, seria quem, naquela sala, provavelmente responderia a pergunta.

Não iria ter a última aula por causa da chuva. Estava chovendo? Eu nem tinha percebido. Enfim, estava pensando nas minhas opções de coisas para fazer (o que incluia, basicamente, fazer nada o resto do dia, ou levar uma garota na conversa e daí para a cama), quando o Diretor Ivashkov me chamou. Pensei que estava encrencado de novo ou algo assim, mas chegando na sala dele, vi Lissa e o comandante e então relaxei. Nenhum dos dois faz algo de errado a anos, então tudo certo.
O diretor demora para falar e, quando fala, se dirige a mim, dizendo que está preocupado com Megs e perguntando se ela usa drogas. Como eu vou saber?! Mas ele era um pai preocupado (sem contar que é o diretor do acampamento) então respondo:
Que eu saiba, ela está limpa. Não usa drogas, só fuma alguns cigarros de vez enquando, mas não é viciada ou algo assim. Ela tem medo de...
Paro no meio da frase, percebendo que já falei demais. Só que, olhando para o diretor, resolvo continuar.
Quer saber? Ela vai me matar por isso, mas acho que você deve saber diretor. Ela anda fazendo algumas coisas não muito certas. E a Lissa vai contar tudo para você.
Olho para Lissa, passando a parte ruim da coisa para ela. É claro que eu não ia sujar o meu nome. E, qualquer coisa, era só dizer que Lissa é que era a melhor amiga de Megs.

Too quiet

A chuva começou fraca e leve, porém logo se intensificou. Fui chamada pelo Diretor, mas não me disseram o porque. Fui logo para a Sala do Diretor após pegar um casaco, estava esfriando. Fico surpresa por deparar-me com o Comandante Markwell. Cumprimento-o e trocamos algumas poucas frases, ele conhecia o meu pai e eu também o conhecia. Fiquei mais surpresa quando Brandom juntou-se à nós. Entendi o porque todos estávamos aqui.
O Sr. Ivashkov faz perguntas à Brandom, que logo passa a palavra para mim, não querendo ter que dizer o pior. Então eu falei.
Diretor Ivashkov... Eu deveria ter falado isso antes, desculpe-me. Rose passa tempo de mais sem comer, já a tentei convencer a comer com mais frequência, mas ela nunca desiste. E, bem...
A parte pior ainda estava por vir.
Às vezes, raramente, eu diria, ela come. Não consegue aguentar. E, uma vez, eu juro que... que ela vomitou, para jogar fora o que havia comido. Conversei com ela, tentei fazê-la parar, convencê-la que isso era errado. Mas nada adiantou.

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