Riacho

⇢ Riacho

Não estava com clima para festa nenhuma. Tinha acabado de sair do quarto da Megs, a enfermeira estava lá, já era para o sangue novo estar fazendo algum efeito. Só que não estava, na verdade, ela me parecia cada vez pior. Não sei o que eu faria se visse o Comandante Markwell na minha frente, era tudo culpa dele. O camp inteiro já sabia do interrogatório, da tortura... E ninguém fazia nada! No máximo, os vampiros que já haviam dormido com ela iam na enfermaria e ofereciam sangue. Megs recebia uma ou duas transfusões por dia e nada acontecia. As únicas pessoas que visitavam ela eram Lissa, eu e... Markwell. Ah, filho da mãe, ia fazer alguma loucura.
Aquele cara que me seguia por todo o lugar, por ordem da Vilã-Gostosa, era meu conhecido, na verdade. Para um membro da Irmandade, até que era bem gente boa. Já tinha sido um dos campistas que estavam em todas as festas, tipo a gente, só um ou dois anos mais velho que eu. E estava odiando seu trabalho de me seguir por aí, então a gente fazia uns acordos e tals, algumas garotas na jogada e pronto, livres. Por isso eu estava sozinho agora. Tinha me custado uma bela noite com uma bela fantasma, mas estava tudo bem.
Depois de me arrumar, contra a vontade, fui andando devagar para a festa. Vários campistas passaram por mim, todos desanimados e tudo o mais, e então eu decidi que podia atrasar um pouco, a festa ia ser um saco mesmo. Desviei para a floresta e só continuei caminhando. Acabei parando no riacho. Vi logo que tinha mais alguém ali. Um cara, de costas, também indo pra TDN. Quando ele se virou, quase não acreditei na minha sorte: Comandante Markwell, em pessoa.
Agi sem pensar, no impulso, e quando vi, já tinha dado um soco nele e estávamos lutando, idiotamente em cima das pedras molhadas.
Porque você deixou isso acontecer?! Ela vai morrer! E a culpa é sua!

Riacho

THE DARK NIGHT- @

Os últimos dias estavam sendo... aterrorizante, para a maior parte das pessoas. Mas não para mim. A Noiva das Sombras dominou o Acampamento Sobrenatural, e as coisas haviam mudado muito. Na fronteira do camp havia guardas, que pertencem à Irmandade, vigiando constantemente as pessoas que se aproximavam muito e impediam as pessoas de fugir. E é por causa disso que Ela me libertou. Como Comandante dos Guardiões, eu sei que deveria estar trabalhando em algum plano para mudar a situação e libertar o acampamento, mas eu não conseguia. Cada vez que parava para achar alguma solução, meus pensamentos se voltavam para um único lugar: Rose. Os dias passavam e ela não melhorava, mesmo com todo o sangue. Por isso, há quatro dias, desisti. Desisti de tentar fazer meu trabalho, deixando-o para William, e foquei na vampira. E por mais que eu saiba que é errado, não consigo evitar. Durmo três horas por dia, e passo a maior parte do resto dele lendo qualquer livro que possa conter a salvação dela. Costumo fazer isso sentado em um sofá perto de Rose, mas quando escuto alguém vindo, pulo pela janela. Só a enfermeira sabe que passo a maior parte do meu tempo lá. Às vezes, estou tão concentrado, certo de que estou chegando a um lugar, que não ouço os passos, por isso algumas pessoas já me viram com ela. Incluindo Brandom Stark, o guardião-aprendiz lobisomem. Eu nem sabia que eles eram tão próximos assim, e foi quando eu percebi o quão pouco eu a conheço, e mesmo assim me importo. Até onde eu sei, eles podem estar namorando.

Chega o dia da The Dark Night, mas eu ainda não achei algo sólido. Tomo um banho rápido e coloco um terno qualquer, indo para a festa, mas pegando o caminho do riacho. Não estava muito a fim de lidar com pessoas. A última vez que isso aconteceu foi no três meses seguintes da morte da minha noiva. Estando concentrado em qualquer som ao meu redor, percebo quando uma pessoa está indo para a mesma direção que a minha e viro-me. É Stark, o lobisomem da Rose. 

Antes que eu possa voltar à seguir meu caminho, ele dá um soco na minha cara, algo que eu não esperava. Ele continua a me atacar, sem motivo, mas não revido, apenas me defendo. Até que ele fala o motivo. Rose. - Ei! Se acalme! grito para ele. Como minhas palavras não surgem efeito, imobilizo-o, segurando as mãos deles e trancando suas pernas com as minhas. Ela vai viver. Se até agora ela não morreu, ela vai conseguir. E não é culpa de ninguém ao não ser da Irmandade. Se eu pudesse ter impedido, eu teria feito. Paro por um momento, lembrando do dia em que ela entrou em coma. Acredite em mim. sussurro, quase inaudível. 

Olha, eu não sei se vocês são namorados ou algo assim, mas você não pode descontar sua raiva na primeira pessoa que vê. E principalmente não desconte no seu chefe. Não é legal. Espero ele se acalmar para poder soltá-lo.

Eu não pensava mesmo no que fazia. Markwell gritava algo, mas não me atacava de volta, só se defendia. Então ele consegue me imobilizar, diz que Megs não vai morrer, que é culpa da Irmandade e que, se ele pudesse ter feito algo, faria. Começo a parar de reagir e minha cabeça volta a funcionar. Droga, ataquei meu futuro-chefe. Mas, realmente, acho que faria isso de novo, por ela. O Comandante diz que não posso descontar a raiva em qualquer um, principalmente nele, e, depois de um tempo, me solta. Levanto e me afasto dali. Minha sorte é que ele é um cara calmo, porque senão meu futuro como guardião estaria arruinado.
Não estamos namorando.
Não mais. Resolvo pular toda a parte complicada do porquê. Megs é como uma amiga, só que um pouco mais. Quase uma irmã, só que um pouco menos. Meio difícil.
Encosto numa árvore e tiro a droga do paletó, todo sujo. Vou deixar por aqui mesmo. Volto minha atenção para o Comandante. Não ia pedir desculpas ou algo assim, ainda acho que ele podia ter feito algo para impedir o que aconteceu, mas precisava saber de uma coisa:
Afinal, cara, o quê você quer com ela?
Quer dizer, Luce e Lya já tinham me contado o que estava se falando de Megs e ele, algo sobre dormirem juntos e coisas um pouco piores, mas ela nunca me falou nada a respeito, então pensei que fosse só mais uma de suas "vítimas". Nada importante, porque, quando é algo que vale a pena, ela conta. Não que já tivesse havido algo assim. Mas ela contaria. E agora ele vivia no quarto dela, vigiando, ou algo assim.
Fico pensando no motivo porque a gente terminou, muito idiota. Mas nós dois já tinhamos esquecido tudo aquilo. Ou quase.

Riacho

THE DARK NIGHT- @

Brandom se acalma e eu finalmente o solto. Ele diz que ele e Rose não estão namorando; sei que não deveria ter nenhuma reação emocional com essa informação, mas não consigo evitar. Alívio, alegria. Ele vai até uma árvore e tira o paletó, deixando-o no chão. Olho o estado do meu; ainda está apresentável. Quando o lobisomem termina de se ajeitar, finalmente me pergunta o que quero com ela. 

Na verdade, essa é uma boa pergunta. Já esperava que alguém me perguntasse isso; na verdade, estava surpreso que ninguém questionou antes. - Ela é a filha do meu melhor amigo. As coisas têm estado... nada bem ultimamente. Eu fui visitá-la algumas vezes para ver se havia alguma melhora, para que eu pudesse falar com Willian. Infelizmente, não houve boas notícias. Ele já está lidando com a pressão da tomada do acampamento, eu precisava ajudar de algum jeito. Além disso, é um lugar calmo para pensar em algum plano para reverter a situação. Nem preciso falar que isso também não saiu como planejado.  Respondo confiantemente. Nada do que falei é mentira. Eu estou preocupado com Willian, e me sinto mal por ter deixado nas costas dele toda a pressão. Não estava sendo o melhor amigo de ninguém nesse últimos dias. 

Já estou atrasado para a The Dark Night. Nós vamos precisar de todos os reforços, então é melhor que você também não demore muito. Checo meus bolsos do casaco e confiro as armas. Então desço pelo riacho e continuo meu caminho para a The Dark Night. 

Continua no Salão de Festas 

Ele fala algo sobre ela ser filha do Diretor e não estar apresentando melhoras que possam ser contadas para ele e tudo o mais. Não engulo muito essa história, acho que tem algo mais por trás, mesmo odiando ter que dar razão às fofocas de Luce e Lya. O comandante sai, indo para a festa e dizendo que precisarão de reforços, que é bom que eu esteja lá. Por um momento, penso em segui-lo, mas etão decido que não vou à festa. A única TDN que eu não iria em todos esses anos, mas não valia a pena. Não teria nenhuma Megs bebendo demais, dançando demais e fazendo fiasco até o último momento. Lya e Jay não beberiam. Luce anda meio sumida. Resumindo, uma droga.
Sempre terei Allison, é claro... Aquele noite com ela até que foi bem divertida, que dizer, estávamos bêbados demais para pensar muito e tudo rolou no impulso. Quando acordei, ela não estava lá, acho que isso foi o melhor. Mas hoje não. Fico pensando no que queria fazer... Algo que envolvesse jogo. Vegas.

SMS para Lya:

Então mudo de ideia. Nada de Las Vegas. Acho que só vou para o meu quarto, beber e jogar. Foi mal aí, Comandante.